domingo, 20 de março de 2011



Relato dos depoimentos Fase : Ir ao encontro - Confiança


1o

A fase Ir ao Encontro a conduziu a um terminal: Guadalupe - ponto de chegada e partida de moradores da região metropolitana da cidade de Curitiba, com a seguinte pergunta: A confiança é a última que morre? Segundo ela, seu primeiro interlocutor fora um senhor velhinho, com voz cansada, muitas rugas e olhar doce. Apesar destes atributos ele se mostrou um tanto desconfiado quando lhe fora feito a pergunta. Duvidou que havia honestidade. Titubeou em responder. Porém confessou que para ele a confiança não morre nunca ou é a última que morre porque de verdade “não dá pra duvidar a vida inteira”.

2o

O segundo era uma senhora vendedora (ilegal) de cigarros, os quais ela equilibrava na plataforma do terminal aguardando comprador. A senhora responde com um imenso sorriso, sem reservas, iluminada. Parece uma índia, cabelos compridos e conversadeira. Diz que acredita que a confiança é sim a última que morre porque perder a esperança equivale a perder tudo. Acaba por dar conselhos e insiste como quisesse ou precisasse nos fazer crer que é preciso Confiar Sempre.

3o

A terceira a responder se a confiança é a última que morre é uma mulher que também trabalha na plataforma. Uma Gari de fala aberta e alma tocante que suscitou um grande desejo de abraça-la. Alguém cuja simplicidade espelhava o que havia de especial no Ser humano. Paradoxalmente a Senhora Gari dizia não confiar em nada nem ninguém, por isso mantinha olhos atentos até nas costas. Contou que era casada há 23 anos com o mesmo homem sem nunca nele confiar e disse ainda que tinha filhos, mas que não sabia o quê aqueles seres humanos, paridos por ela, eram no mundo enquanto “pessoas humanas”. Confessou que muitas vezes sai de casa para o trabalho chorando por dentro e mesmo assim, quando encontra outra pessoa pelo caminho sorri, afinal, trata-se de uma “pessoa humana” ao seu lado. Se encontra, por acaso, alguém que viu uma única vez, Ela dirá Oi e vai sim, parar e cumprimentar. Quando o marido desconfia de sua abundante simpatia ela replica: é uma pessoa humana que passou por mim, eu conheço (ou não conheço) e cumprimento.

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